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HERVAL D´OESTE / SC

A região era habitada pelos índios Kaingang e Xokleng, sobrevivendo à base da caça e da coleta (pinhão) caracterizada por uma agricultura rudimentar. As necessidades de alimentação e de meios de transporte, levaram os bandeirantes a descobrirem o gado selvagem solto nos campos das Vacarias, devido à “Guerra-Guaranítica“.
             No final do século XVII, começam a aparecer  pontos de invernada, resultado das disputas pela terra entre o índio e o branco. A Estrada da Mata permitindo a passagem do gado de Vacaria para Lages, origina o município de Curitibanos.
             Entre 1825 e 1830, João Gonçalves de Araújo, fazendeiro em Curitibanos, atraído por uma grande fumaça, nos lados da Serra do Espinilho, causada pelas queimadas dos campos, feitas pelos índios, acabou descobrindo os campos do atual município de Campos Novos.
             Estabeleceram-se então os primeiros povoadores, aumentados com os gaúchos, fugitivos da Guerra  Civil “a Revolução Farroupilha” (1835), com os bandeirantes povoadores dos campos de Palmas. Pela Lei Provincial nº 377 de 16/06/1854, o distrito de Campos Novos se desmembra da Vila de Nossa Senhora dos Prazeres das Lagens para formar uma freguesia.
             A Lei nº 2923 de 30/03/1881 eleva a freguesia de São João Batista dos Campos Novos para Vila. A Lei nº 337 de 12/04/1927 criava os distritos de Perdizes, Rio Bonito e Herval. Pelo Decreto-Lei Estadual nº 86 de 31/03/1938, Herval teve sua sede elevada à categoria de Vila. Integrou o território camponovense até o ano de 1943, quando pelo Decreto Lei nº 941 de 31/12/1943 foi incorporado ao município de Joaçaba. Pelo abandono a que foi relegado e por motivos políticos, a Lei nº 133 de 30/12/1953 emancipava Herval d' Oeste de Joaçaba.
             Hoje o município de Herval d’ Oeste está localizado no Vale do Rio do Peixe – Meio Oeste Catarinense, possui uma população de 20.022 habitantes; destes, 17.123 residem na área urbana e 2.899 na área rural (IBGE - Censo 2000). É considerado um município de pequeno porte.
             A agricultura é desenvolvida e assentada na pequena propriedade rural, de mão-de-obra familiar e com pouca mecanização. Têm nas culturas do milho, alfafa, feijão e fumo, seu lastro agrícola, hoje com bons índices técnico-econômicos compatíveis com as exigências do mercado da atualidade.
             Salientamos que o município de Herval d’ Oeste possui 783 propriedades rurais, compreendendo cerca de 650 famílias, destas, em torno de 150 famílias trabalham com a cultura da alfafa sendo esta a principal fonte de renda das propriedades.
             Em especial sobre a cultura da alfafa, segundo contam os produtores mais velhos, tudo começou no início da década de 30 através do advento da linha férrea, meio de transporte para o Estado de São Paulo.
             Atílio Fontana - um dos precursores em comercialização do feno de alfafa, trouxe da Europa uma prensa de ferro e se instalou na Estação Luzerna nos barracões da estrada de ferro, com capacidade para 10.000 fardos de feno. Como os produtores não possuíam prensa, a alfafa era prensada no inicio por Atílio Fontana. No município o transporte de alfafa era feito com burros/mulas, depois passou a ser feito por carroças.
             A partir da década de 50, com a expansão da atividade o transporte das comunidades produtoras passa a ser feito por caminhões.
             As principais comunidades produtoras na época eram Linha Santa Terezinha, Perpétuo Socorro, Serra Alta e Sede Belém devido à proximidade de Estação Luzerna. Depois com a facilidade de transporte, outras comunidades como Sede Sarandi e Barra Verde, começaram a produzir alfafa.
             O transporte da lavoura para o galpão para a secagem final era feito com zorra. Naquela época era a principal atividade depois da suinocultura e a cultura do milho. O feno de alfafa era vendido em arroba sendo que cada fardo pesava cerca de 03 arrobas (45 kg).
             Os produtores a partir do modelo de prensa de ferro do Sr. Atílio Fontana, fabricaram prensa de madeiras que existem até hoje em algumas propriedades, com rendimento médio de 10 fardos/hora, onde eram envolvidos cerca de 5 a 6 pessoas.
             Hoje já temos algumas prensas mecânicas no município, que foram adquiridas de forma grupal, entre irmãos com rendimento de até 30 fardos/hora, envolvendo não mais do que 03 pessoas.
             Após 1957 o transporte de feno para Curitiba passou a ser feito também por caminhões, continuando até hoje, com cerca de 4.000 kg por carga.
             No início, o feno de alfafa se destinava para alimentação das mulas que trabalhavam nos cafezais na cidade de São Paulo; mais tarde o Exército começou adquirir para as unidades de cavalaria com a finalidade de alimentar os cavalos.
             O mercado de feno foi se expandindo, inclusive para o interior do Estado, principalmente para o município de Lages devido ao grande plantel de bovinos lá existentes. Hoje o mercado principal se dá no Estado de Santa Catarina depois Paraná, principalmente Curitiba e a grande São Paulo onde se destinam para alimentação de cavalos, bovinos confinados e leiteiros, ovelhas, cabras até chinchila, na região do litoral do Estado.
             Os perfis das propriedades produtoras de alfafa têm em média 12 hectares, caracterizando minifúndios. O cultivo se dá em áreas de eclividade acima de 20%, ocupando uma área onde não são utilizadas para plantio de culturas anuais, como exemplo o feijão e o milho.
             Estima-se que com a tecnologia utilizada, o agricultor poderá obter produtividade de 10 a 13 ton/ha/ano de feno, sendo salutar o fato de o solo de Herval d’Oeste possuir fertilidade natural para esta cultura, o que torna o plantio de baixo custo.
             A alfafa é considerada como perene e conforme o manejo, são realizados de sete a oito cortes por ano, tendo como duração média de 05 a 07 anos produzindo feno, sem necessitar de muita correção do solo.
             Quanto ao mercado, assegura-se que é garantido, pois existe hoje cerca de 5 compradores de feno, que comercializam a produção para os estados do Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, bem como para todo o Estado de Santa Catarina.
             Esta cultura torna-se viável dentro das propriedades rurais, sendo uma excelente alternativa de renda para os pequenos produtores, pois proporciona retorno rápido em um prazo de 35 dias, o que provoca um equilíbrio financeiro na propriedade, utiliza mão-de-obra familiar, o que reduz custos, aproveitando o potencial humano da propriedade.
             Cumpre salientar que a produção de alfafa de Herval d’ Oeste se dá de forma artesanal, a qual utiliza poucos insumos modernos, uma vez que não agridem o solo, preservando assim o meio ambiente.
             A tradição do cultivo da alfafa é ponto importante, pois a tecnologia já está assimilada pelos produtores, durante esses quase 70 anos do seu cultivo em Herval d’ Oeste tendo sido reconhecida pela Lei Nº. 12.594 de 04 de julho de 2003, como “Capital Catarinense da Alfafa”.
              (Elaboração: Nelson Guindani, Ponciano Tex de Vasconcellos, Janice Vettori Prato, Neusa Balestrin Schumacher – Projeto Cultivo da Alfafa - 2003).

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